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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

TE(R)ÇA COM CYL GALLINDO: MEMÓRIA, DISCURSO E AMIZADES DE CYL GALLINDO

Luiz Carlos Monteiro*

O relato da convivência entre escritores não é uma tarefa fácil de ser traduzida em palavras, pelo que envolve de exposição do outro. Pode levar a julgamentos equivocados, que se geram a partir de interpretações confusas, falseadas ou desviantes. Entretanto, quando o relacionamento foi estabelecido em bases sólidas de amizade, franqueza e lealdade, o escritor dispõe de uma cota relativa de liberdade para falar sobre aqueles ou aquelas que mais o marcaram. O ciclo das amizades desdobra-se e é elastecido e referendado por outros testemunhos de época, de amigos comuns ao autor e ao escritor ou escritores lembrados.

terça-feira, 21 de maio de 2019

TE(R)ÇA COM CYL GALLINDO: A INTIMIDADE DA PALAVRA DE CYL GALLINDO

João Carlos Taveira*

Quando André Gide recusou os originais de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, no início do século XX, não imaginava a besteira que estava fazendo, principalmente para a editora Gallimard e para a sua reputação de intelectual sério e respeitado. Algum tempo depois, Proust conseguiu editor para uma das obras máximas da literatura mundial. A verdade é que, além de ficar chupando o dedo, o senhor Gide também teve de engolir sapos inimagináveis. E, o que foi pior, de conviver com o atestado de miopia que o acompanhou pelo resto da vida.

Com Cyl Gallindo, um século depois, aconteceu algo semelhante: foi impedido por escritores (portanto, seus pares) de fazer parte de uma agremiação literária, pelo simples fato de ser considerado autor muito ousado e pernicioso para os padrões da época. Mas que época era essa, que já permitia casamento entre pessoas do mesmo sexo e, em contrapartida, liberava a mulher para afazeres nem tão feminis assim fora do lar? Aliás, há mais de 20 anos as redes de televisão no Brasil exibem novelas, em reprise, no horário vespertino, repletas de cenas de sexo, que fariam corar até o autor de Decamerão. Porém, essa é outra história.