BUÍQUE DE GRACILIANO RAMOS

Graciliano Ramos (Foto: Reprodução)

Por: Irivanize Albuquerque

A Biblioteca Municipal de Buíque carrega o nome de Graciliano Ramos, não apenas por se tratar de uma mera homenagem a um dos grandes nomes da literatura brasileira, mas sim pelo fato de a história deste escritor estar intrinsecamente ligada à cidade, uma vez que o mesmo passou parte de sua infância neste local. Chegado à cidade antes mesmo de completar dois anos de idade, no ano de 1894, vindo de sua cidade natal, Quebrangulo, em Alagoas, o escritor tratou de relatar suas impressões da vida e costumes da “Vila”, conforme retratado em seu livro autobiográfico, Infância. 

No livro, além de reproduzir o difícil período de sua vida, descreve com detalhes sobre as personalidades habitantes e lugares que marcaram sua passagem por Buíque, cidade a qual retratou como tendo “a aparência de um corpo aleijado”. 

Nos “agudos frios da serra”, seu pai se tornou comerciante, estabelecendo-se no Largo da Feira, atualmente a Praça Major França, praça principal de Buíque, onde, segundo o mesmo, se concentrava a vida social, o comércio, os fuxicos, a leitura dos jornais. Já naqueles tempos a feira era armada aos sábados, movimentando a vila e agrupando as pessoas tanto da cidade como da zona rural.

Na obra, o autor faz menção à diversas famílias “poderosas no Nordeste”, que até hoje permanecem presentes na região: Cavalcantis, Albuquerques, Siqueiras, Tenórios e Aquinos,  como também a algumas personalidades com projeção na época, como é o caso do Padre João Inácio, futuro Vigário, o qual pertencia aos Albuquerques, e foi homenageado nomeando a escola pública da cidade. Por diversas vezes,  Graciliano tratou na obra sobre os “frequentadores das calçadas”, seus fuxicos, e como eram conhecedores das autoridades da política nacional. 

Graciliano se tornou um grande nome da segunda fase do modernismo brasileiro, tratando especialmente acerca do regionalismo, o que ficou evidente em suas diversas obras.

Seu livro de maior prestígio é o famoso Vidas Secas, no qual o autor narra a história de uma família de retirantes formada por Fabiano, Sinhá Vitória, o filho mais velho, o filho mais novo e a emblemática cachorra Baleia. A família procura uma forma de fugir da violenta seca que assola o Sertão nordestino, buscando principalmente garantir a própria sobrevivência. A história traz críticas sociais atemporais acerca da fome, miséria, excessos praticados pelo patrão, atuação arbitrária do Estado.

No dia 27 de outubro de 2021 é comemorado os 129 anos do nascimento de Graciliano Ramos, que além de prestigioso escritor, foi também político e jornalista, publicando obras de grande importância para a literatura brasileira, como São Bernardo, Memórias do Cárcere, Angústia, Insônia, dentre outros.

*Irivanize Albuquerque

Nasceu no dia 11 de julho de 1972 na cidade da Pedra-PE. Morou até seus nove anos de idade no Sítio Fazendinha, município da Pedra-PE. Onde estudou na Escola Municipal João Galindo. Mudou-se para Buíque-PE no ano de 1982.

Filha de Sebastião Venâncio e Maria Alcina. É a 2ª filha do casal que tem mais 6 (seis) filhos. Estudou na Escola Vigário João Inácio, onde concluiu o Magistério em 1991. Em 1996, casou-se com o salgueirense Joao Bosco, e dessa união nasceram 2 filhos: Vitória Luiza e Pedro Ivo. Possui formação em Educação Infantil e Bacharelado em Serviço Social.

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Comentários

  1. Texto muito bem criado e de grande relevância para a nossa cidade e cultura. Parabéns |rivanize.

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