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quarta-feira, 29 de maio de 2024

Projeto Gráfica Lenta no Vale do Catimbau abre exposições ao público


Artistas residentes finalizam suas obras e convidam a comunidade para celebrar a arte e a cultura local

Após um mês de imersão criativa no Vale do Catimbau, o coletivo Gráfica Lenta se prepara para encerrar sua residência artística com chave de ouro.  Ontem (terça 28 de maio), as obras criadas pelos mais de 20 artistas residentes foram apresentadas no território indígena dos Kapinawás, na Aldeia Malhador, em Buíque.  As mostras seguem até o próximo domingo em diversas comunidades da região. O projeto é realizado com o apoio do Funarte Retomada 2023 - Artes Visuais.

Ao longo da residência, mais de vinte artistas pernambucanos dedicaram-se à produção de gravuras em linóleo inspiradas na flora, fauna, paisagens, patrimônio arqueológico e cotidiano das comunidades do Vale do Catimbau. As obras retratam a biodiversidade única da região, a riqueza cultural do povo local e a beleza natural do parque arqueológico.

Boa parte dos artistas residentes tem formação como arte educadores ou experiência como artistas educadores e, ao longo de todo o período da vivência, compartilharam conhecimentos sobre a linguagem e técnica da linoleogravura com jovens da região, contemplados com uma bolsa. “Nossa proposta tem sido de ensinar e aprender com a população local, estabelecendo uma relação de mútuo saber e plantar uma semente para o surgimento de um coletivo de gravuristas na região do Vale do Catimbau”, explica a produtora executiva do projeto, Clarice Hoffmann. 

Exposições em várias localidades

As exposições das gravuras serão realizadas em formato de varal em diversas localidades, buscando facilitar o acesso da comunidade às obras. A programação inclui:

 Locais:
    27 de maio: Vila do Pico
    28 de maio: Aldeia Malhador - T.I Kapinawá
    29 de maio: Vila do Catimbau
    30 de maio: Baixa Grande
    31 de maio: Serrote Preto
    1º de junho: Feira de Buíque
    2 de junho: Feira do Povoado de Carneiro

As exposições são uma oportunidade única para que turistas e a comunidade do Vale do Catimbau apreciem a arte contemporânea e se conectem com a riqueza cultural da região. As obras dos artistas residentes convidam o público a refletir sobre a importância da preservação do meio ambiente e da valorização da cultura local.

Além das exposições,o projeto também prevê a doação de um conjunto de gravuras para o Museu e Casa da Cultura Popular de Buíque, ampliando o acervo iconográfico da instituição sobre o Vale do Catimbau. Um arquivo digital com fotos, textos e depoimentos dos participantes também estará disponível na página do Instagram do projeto (@graficalentacatimbau), democratizando o acesso à experiência da residência artística.

No Recife, as gravuras serão exibidas em uma grande exposição na Galeria Maumau, na Rua Nicarágua, 173, no dia 29 de junho. A Galeria Maumau é o espaço cultural onde está a sede da Gráfica Lenta e um importante ponto de encontro para a cena artística recifense.

A Gráfica Lenta no Vale do Catimbau é um projeto realizado com o apoio do Funarte Retomada 2023 - Artes Visuais. A iniciativa tem como objetivo promover o intercâmbio cultural, fomentar a produção artística e fortalecer a identidade cultural do Vale do Catimbau**.

Instagram: @graficalentacatimbau

Sobre o Parque Nacional do Catimbau

O Vale do Catimbau está localizado entre o agreste e o sertão pernambucano, nos municípios de Ibimirim, Buíque e Tupanatinga, e é conhecido regionalmente e nacionalmente por sua riqueza patrimonial.

Por ser uma área prioritária de preservação do meio ambiente, em 2002, foi criado o Parque Nacional do Catimbau – a segunda maior unidade de conservação da natureza em Pernambuco, atrás apenas de Fernando de Noronha, e uma das últimas reservas do bioma Caatinga.

O Parque Nacional do Catimbau é também o segundo maior parque arqueológico do Brasil – conta com diversos sítios arqueológicos, cavernas, cemitérios pré-históricos e pinturas rupestres de épocas distintas, algumas delas com 6 mil anos. Mas não é só, ao longo do Vale, estão a Terra Indígena Kapinawá, as comunidades quilombolas Sítio Novo Mundo e Façola e uma série de outras comunidades rurais.

A realização da residência da Gráfica Lenta no Vale do Catimbau está em diálogo com a Lei N° 9.985 de 2000, conhecida como Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidade de Conservação), quem tem entre seus objetivos “a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico”.

Sobre a Gráfica Lenta

Nos últimos dez anos, coletivos de gravura pipocaram em diversas cidades do Brasil – Belém, Florianópolis, Porto Alegre, São Paulo, Crato, Salvador, entre outras localidades. Renovando, inovando e expandindo a produção da gravura contemporânea em diferentes técnicas, esses coletivos de gravadores constituíram espaços visando a troca de conhecimento e de experiências artísticas em torno das possibilidades poéticas da gravura.

No Recife, esta movimentação ocorrida no campo das artes visuais brasileira, se manifestou por meio da Gráfica Lenta. Adotando como lema “A prensa é inimiga da perfeição”, em 2013, o artista plástico Maurício Castro propôs a criação de um espaço coletivo para a produção da gravura, fundamentado em um posicionamento político e social, que prezasse por uma desaceleração: um respeito ao tempo, mais lento, mais humano. Ocupando, inicialmente, um pequeno espaço da varanda do espaço cultural e Galeria Maumau, artistas começaram a se reunir em torno de uma prensa e a produzir linoleogravuras.

No ano seguinte, a partir do desenvolvimento de um projeto incentivado por um edital público, a Gráfica Lenta ganhou fôlego e foi ampliada. A proposta aprovada consistia na realização de uma exposição coletiva de gravuras, concebida a partir de uma vivência impulsionada pela expertise do próprio Maurício Castro e do artista Maurício Silva na linguagem/técnica da gravura adquirida por ambos na lendária Oficina Guaianases de Gravura. Para participar do projeto foram convidados oito artistas de diferentes gerações. No entanto, de forma surpreendente outros dezessete artistas se envolveram espontaneamente no cotidiano da vivência e como consequência a Gráfica Lenta se consolidou como um importante espaço para a reflexão/operação da experimentação com a gravura. Nas comemorações pelos dez anos de atividades, o coletivo lançou o ebook - www.graficalentaebook.art.br - com parte de sua profícua produção.

 *Gráfica Lenta – Residência no Vale do Catimbau*

De 07 de abril à 02 de junho

Sítio Alcobaça, Buíque, PE


Artistas residentes
Beta Ferralc
Bia Melo
Chia Beloto
Daaniel Araújo
Eduardo Montenegro
Inabi
Irma Brown
Isabela Stampanoni
Jennifer Lima
Joana Liberal
José Paulo  
Lourenço Gouveia
Luiza Morgado
Maira Bruce
Maria Eduarda Belém
Mauricio Castro
Pollyanna Queiroz
Regina Carvalho
Rinaldo
Rô Cabral
Simone Mendes
Sabrina Carvalho
Vi Marques
Zzui Ferreira

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Projeto “Crítica de invenção” lança livro com encontro especial no agreste pernambucano

CAPA - Nathalia Queiroz 

O lançamento da obra será em Buíque, no Vale do Catimbau, e contará com as apresentações de Mestre Zé Bezerra e da banda Abaixo de Deus a força dos Encantados.

“Eu posso escrever que eu te amo num ensaio sobre o disco das horas?”, essa provocação marca o texto do escritor Carlos Gomes, que dá tom ao “Crítica de Invenção”, livro de autoria coletiva que será lançado dia 06/05, às 18h, na Comunidade do Serrote Preto, em Buíque (PE). Na ocasião, haverá apresentações de Mestre Zé Bezerra - O JB do Catimbau e da banda Abaixo de Deus a força dos Encantados, de Brejão. O evento também contará com a performance “Me leva até o começo”, criada a partir de um dos textos da publicação. No dia 09/05, haverá também uma ação na Erem Professora Ismênia Lemos Wanderley, escola pública em Brejão. A publicação, que sairá em formato digital e em versão impressa para o lançamento, será disponibilizada de forma gratuita no site do Cultura PE. O projeto tem o incentivo do Funcultura PE.

O livro “Crítica de invenção”, que conta com a autoria de Carlos Gomes, Géssica Amorim, GG Albuquerque, Mayara Bezerra, orientação do Prof. Fábio Andrade (UFPE) e projeto gráfico de Nathália Queiroz, é fruto de uma pesquisa que experimenta radicalmente formas de abordagem crítica sobre procedimentos artísticos do campo da música. A palavra invenção vem do latim inventio, expressando um movimento de descoberta, de criação, que desabitua gestos automatizados, uma atitude cognitiva que se liberta da mera representação, o que possibilita a sustentação de uma postura de abertura e de rastreio diante da obra musical. 

“O livro é resultado de oito meses de investigação que nos possibilitou compreender como se comportam esses espaços porosos criados pelo atrito entre a música e seu potencial crítico”, afirma Carlos Gomes, que na obra assina o texto “Me leva até o começo”, um ensaio de amor (que tudo pode?) a partir do “Disco das horas”, de Romulo Fróes, com letras de Nuno Ramos. Já a jornalista Mayara Bezerra, de Santa Cruz do Capibaribe, assina “Quando há música em todo lugar”, um texto que atenta para a potência inventiva de experimentar o que se ouve. O jornalista GG Albuquerque, de Recife, escreve “Mega embrazamento avançado”, um ensaio denso e lúcido que propõe a ideia do som corporificado como um sistema de pensamento próprio. 

Por fim, Géssica Amorim, do distrito Sítio dos Nunes (sertão do Pajeú), participa da publicação com o texto “Propagação”, uma peça sensível e imagética que desvela o inventário sonoro do cotidiano sertanejo que a circunda, mas ao mesmo tempo se universaliza. Neste mesmo ensaio, a autora conversa com Mestre Zé Bezerra, artista natural de Buíque. Essa troca mudou o rumo do “Crítica de invenção”, transferindo o lançamento do livro que seria no Recife para a Comunidade do Serrote Preto, em Buíque, no Vale do Catimbau.

Mestre José Bezerra. Foto: Gessica Amorim
LANÇAMENTO

O vento traz um sopro e esse sopro traz um balanço pras folhas. Essas folhas dizem alguma coisa (Mestre Zé Bezerra)

O lançamento do livro “Crítica de invenção” terá a honra de contar com a apresentação do Mestre Zé Bezerra - o JB do Vale do Catimbau, que na ocasião celebrará os seus 70 anos. Iniciador das artes plásticas e mestre da primeira geração de artesãos do Vale do Catimbau, o artista expressa através dos entalhes na madeira, da oralidade, da performance e da musicalidade, todo um universo inventivo onde o cenário é a Caatinga.

No terreiro da sua casa-ateliê no Sítio Igrejinha, território do Parque Nacional do Catimbau, espaço que cultiva há 23 anos, o mestre expõe as suas esculturas feitas da madeira de troncos de Umburana, árvore nativa da caatinga brasileira: “A madeira conversa comigo, vai me falando sobre os detalhes (...) a madeira me mostra, vai me levando, cochichando comigo”, explica Zé Bezerra sobre o seu processo inventivo em depoimento à Géssica Amorim. 

A arte de Zé Bezerra é conhecida em grande parte do Brasil, suas obras já foram expostas em diversos museus e galerias brasileiras e europeias, como o Museu de Arte Moderna do Rio (RJ), Museu Janete Costa (RJ), Museu Afro Brasil (SP), Museu do Imaginário do Povo Brasileiro (SP), Pinacoteca do Estado de São Paulo (SP), Fondation Cartier pour I’art Contemporain (Paris), Tropenmuseum (Amsterdã), dentre outros.

Nascido em Buíque, filho de um barbeiro e de uma costureira, Zé Bezerra hoje se sente no auge da força criativa, e se prepara para gravar o seu primeiro álbum musical, intitulado “Zé Bezerra e a Estrada do Sertão”.

A força dos encantados

Além da apresentação de Mestre Zé Bezerra, o evento de lançamento contará com o show de “Abaixo de Deus a força dos Encantados”, banda nascida no agreste de Pernambuco, na cidade de Brejão, “pelo sopro da voz que ecoa do povo Pankararu”, aldeia em que Nathália Tenório, uma das cantoras e compositoras do projeto, fotografou três parteiras para o filme “Do nascente ao poente”. Essa experiência serviu como uma espécie de portal para a formação do grupo, que é formado também pelos artistas Álefe Passarin, Clara Cury, flor das chagas, Gabriel Bedeza, Galvöao, Guira, Rafaella Orneles e Siba Carvalho Puri. 

O lançamento também marca a estreia da performance “Me leva até o começo”, adaptação cênica do texto de mesmo nome presente no livro. Carlos Gomes, autor do escrito, adaptou o texto junto com as poetas Nathalia Queiroz e Maju. Esse trabalho foi gravado pelos três e transformado em trilha por Aishá Lourenço a partir da música do “Disco das Horas”, de Romulo Fróes. A fotógrafa Camila van der Linden colabora com imagens, enquanto Álefe Passarin e Thalita Medeiros vão encenar texto/imagem/som através da dança. 

Além do lançamento do livro em Buíque, no dia 09 de maio haverá uma ação na escola pública “Erem Professora Ismênia Lemos Wanderley”, em Brejão, que irá contar com distribuição dos livros e uma conversa da equipe de pesquisadores e artistas sobre as temáticas presentes na publicação. 

Serviço

Lançamento do livro Crítica de Invenção
Quando: Sexta-feira, dia 06/05
Horário: A partir das 18h
Onde: Comunidade do Serrote Preto, Vale do Catimbau, Buíque/PE
Entrada Gratuita

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

RISO A GOSTO leva Espetáculos às Comunidades do Morro do Chapéu, Baixa Grande e Serrote Prêto em Buíque

O espetáculo Ester da artista Odília Nunes e Miss Jujuba da palhaça venezuelana Julieta Hernández, abriram a programação do Riso a gosto, evento organizado de forma colaborativa pelo Riso da Terra e No Meu Terreiro Tem Arte nas comunidades do Morro do Chapéu, Baixa Grande e Serrote Prêto em Buíque.

Amanhã haverá o show espetáculo do renomado malabarista Rogério Piva em comemoração aos 11 anos da Associação Comunitária Esperança de Todos, no Serrote Prêto. 

No sábado, as 18h, encerrando a programação, haverá a estreia para o público do espetáculo Caminhos de Pedro Milhomens na Baixa Grande.



terça-feira, 1 de dezembro de 2020

MULTIRÃO e ORGANIZAÇÃO Popular são destaque no SERROTE PRETO e BARRA NOVA em Buíque

Por: Gustavo Cabriolar

Aconteceu no último sábado, 28 de novembro, no Sítio Serrote Preto, área rural de Buíque, o primeiro mutirão para a instalação de uma casa de sementes na comunidade. A intenção dos moradores é dar utilidade ao prédio da antiga Escola Municipal Assis Chateaubriand sem funcionar há dez anos.  "Desde o inicio, quando começamos a transição agroecológica, em 2017, tínhamos vontade de ocupar o espaço" diz Anna Guilhermina do Sítio Alcobaça, a respeito das potencialidades  da comunidade onde mora.