O mundo de hoje é cada vez mais turbulento, repleto de mudanças e descobertas que afetam a vida humana em seus diversos segmentos (emocional, profissional, pessoal, etc). Tudo a nossa volta está acontecendo muito rápido. Com isso algumas pessoas vivem a sensação permanente de que algo desconfortável ou mesmo catastrófico pode acontecer. Na tentativa de fugir de ameaças imaginárias, muitos deixam, por exemplo, de ir a uma festa com receio de sofrer um ataque de pânico ou mesmo para evitar o julgamento alheio. Felizmente há tratamento, porém o primeiro passo é reconhecer quando a preocupação está passando dos limites e buscar ajuda profissional.
Quem nunca ouviu antigos provérbios populares apontando para a vida acelerada? “A paciência é uma virtude”, “devagar se vai ao longe” ou “o apressado come cru”. Esses ditos não encontram espaço em nosso dia a dia, em que geralmente desejamos que tudo seja perfeito e se possível “pra ontem”, gerando assim a ansiedade.
O termo “ansiedade” deriva do latim que significa “estrangular, sufocar, oprimir”. A ansiedade é uma característica biológica do ser humano que antecede situações de perigo que podem ser reais ou imaginários. A vida moderna apresenta expectativas múltiplas e intensas que favorecem sempre o “estado de alerta”, sendo que cada pessoa reage de uma forma determinada. Querendo ou não, independente das motivações, ninguém está livre de momentos de ansiedade, em graus diversificados. Algumas pessoas roem as unhas, outras perdem o sono ou o apetite diante de situações importantes como uma prova, entrevista de emprego, etc.
Para a psicanálise, a ansiedade exerce um papel importante no processo de adaptação e equilíbrio do indivíduo que está associada com a experiência de um temor internalizado que pode se originar de várias fontes do aparelho psíquico. A angústia (ansiedade) mobiliza os recursos internos do indivíduo para a solução de seu impasse existencial, seus conflitos. Reconhecer-se finito, não onipotente, não perfeito, passível de morte desagregação põe por terra a crença narcísica do indivíduo e somente com aceitação de sua finitude, com a frustração é que o indivíduo encontra saídas sublimatórias para seus conflitos.
Daniel Lima - Psicanalista, Filósofo e Teólogo.
daniellimagoncalves.pe@gmail.com
Membro Titular e Psicanalista Didata da Sociedade Pernambucana de Estudos Psicanalíticos – SPEP; Psicanalista Membro do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi – GBPSF; Psychoanalyst Member of International Sándor Ferenczi Network – ISFN; Estudo Permanente no Grupo de Estudos Psicanálise do Acolhimento – GEPA; Licenciado em Filosofia – FSF/CBEA; Bacharel em Teologia – FATIN; Pós-graduando em Psicanálise e Teoria Analítica – FATIN; Pós-graduando em Filosofia e Autoconhecimento – PUC-RS; Coordenador do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Arcoverde - GEPAR; Colunista do Blog Choque Cultural Buíque, Jornal de Arcoverde e Jornal Mais Saúde.
Comentários
Postar um comentário