O SAÚDE EM DESTAQUE de hoje vai falar sobre DEPRESSÃO

A depressão como algo ocasional, é vivenciada por enlutados e pessoas que passaram por perdas. Neste momento a pessoa deve ir, lentamente, se desligando e investindo em outras coisas. Caso isso não o processo se torna patológico e a pessoa sentirá que não há mais sentido em viver sem o que perdeu, afinal, partes de si foram perdidas junto, então vive-se a melancolia.

Os obsessivos vivem a depressão por desperdiçar a sua vida tentando atender às expectativas do outro, se sacrificando e nunca atendendo aos próprios desejos, sendo bastante cruéis consigo mesmos, focados em pequenos detalhes insignificantes, procrastinando o tempo que poderiam estar investindo em outras coisas, assim vivem a dor de sentir sempre que está perdendo, faltando algo ou alguém. Ainda outro tipo de pessoas, as histéricas, as quais podem viver a depressão diante da perda do amor ou por não se sentirem suficientemente amadas, não importa o que façam.

A depressão no caso do borderline pode ocorrer com oscilações entre depressão e euforia, deste modo, a maneira de se relacionar dessa pessoa com o outro é comprometido, pois ora a pessoa é tudo, ora nada. A vida é carente de sentido de vida e isso só é amenizado diante de um objeto de apoio. Em todas as estruturas e quaisquer pacientes a vivência da depressão remete há um sentimento de decaimento de si mesmo, sem que sinta um proteção a altura. Depressão tem íntima relação com o tempo, assim é preciso tempo para o psiquismo processar as experiências emocionais, reconstruindo e reorganizando questões internas. Isso vai totalmente contra o excesso de velocidade em que se vive atualmente.

Portanto, pensar em depressividade, como um estado temporário de "fechado para balanço", como algo positivo e de potencial crescimento psíquico mostra necessário, afinal dores podem nos ensinar bastante e nem todas devem ser mascaradas. Devemos evitar essa tendência de tentar "animar" alguém deprimido, afinal esta pode funcionar como certo "sono de hibernação". Elaborar a dor tem a função de tentar construir, de dentro de si mesmo, um abrigo e refúgio seguros, por isso há que se elaborar os limites, faltas e dor do desamparo.

Daniel Lima - Psicanalista, Filósofo e Teólogo.

daniellimagoncalves.pe@gmail.com

Membro Titular e Psicanalista Didata da Sociedade Pernambucana de Estudos Psicanalíticos – SPEP; Psicanalista Membro do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi – GBPSF; Psychoanalyst Member of International Sándor Ferenczi Network – ISFN; Estudo Permanente no Grupo de Estudos Psicanálise do Acolhimento – GEPA; Licenciado em Filosofia – FSF/CBEA; Bacharel em Teologia – FATIN; Pós-graduando em Psicanálise e Teoria Analítica – FATIN; Pós-graduando em Filosofia e Autoconhecimento – PUC-RS; Coordenador do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Arcoverde - GEPAR; Colunista do Blog Choque Cultural Buíque, Jornal de Arcoverde e Jornal Mais Saúde. 

Comentários