Por Leonardo Silva
Rosa Maria Ramos de Melo nasceu em Buíque, Pernambuco, em 15 de setembro de 1954, filha de Pergentino Domingos Ramos e Carolina Florentino Ramos (in memoriam). Além de enfrentar grandes desafios durante sua infância, Rosa sempre teve um espírito alegre e uma paixão por circo, canto, dança e escrita. No quintal de sua casa, ela costumava brincar de namorar o pé de azeitona, utilizando sua imaginação sem limites.
Aos 12 anos, Rosa escreveu seu primeiro livro, "Amor impossível", baseado em sua vida pessoal. Infelizmente, seu pai rasgou o manuscrito, já que ele privava a filha de fazer o que desejava. Aos 15 anos, ela iniciou seus estudos no magistério no Colégio José Modesto, hoje conhecido como Duque de Caxias. Rosa se encantava com as disciplinas de português e literatura e tinha o hábito constante de leitura. Naquela época, ela lia autores como Manoel Bandeira, Graciliano Ramos e Adelaide Carraro, que a inspiraram em sua própria escrita, mesmo que suas leituras fossem censuradas para a época.
Ao concluir o magistério aos 18 anos, Rosa pensou em seguir seu sonho de ingressar na faculdade de jornalismo, mas os princípios familiares de seu pai não permitiram que ela o fizesse. Ela passou um tempo em São Lourenço da Mata, Pernambuco, onde desfrutou de momentos divertidos e prazerosos. Posteriormente, retornou para casa, prestou vestibular na faculdade de formação de professores de Arcoverde, na AESA/CESA, no curso de Letras. No entanto, abandonou o curso logo no primeiro período, devido à revolta que sentia por seu pai não ter permitido que ela cursasse jornalismo.
Em 1982, Rosa se casou com José Arnaldo de Melo e, no ano seguinte, deu à luz seu primeiro filho, Lucas Tardelly. Em seguida, ela fez outra tentativa de concluir o curso de Letras, e dessa vez obteve sucesso, graduando-se em 1987. Aos 37 anos, Rosa teve seu segundo filho, Lygier Tadey, e desde então continuou a escrever poemas, músicas, paródias e cordéis. Além disso, ela iniciou a produção de seu segundo livro, intitulado "Um pedacinho de mim".
Com uma veia musical marcante, Rosa compôs diversas músicas e sempre expressou seu orgulho patriótico e amor pela nação. Em sua música "Hexa-Brasil", ela retrata o orgulho de ser brasileira e sonha em ver a seleção erguer a taça novamente, um símbolo que engrandece o país. Entre as obras de Rosa estão seus cordéis, como "O matuto arrependido", "O homem do sertão nordestino", "Desabafo de um corno", "Dotor Jão", "Fror de mandacaru" e "Loucuras de um escritor". Ela também escreveu poesias, como "Vendaval", "Noite fria", "O vento levou", "Bijuteria", "Dentro de mim" e "Lágrimas". Além disso, Rosa é autora dos livros "Vige Maria" e "Partículas buiquenses".
Rosa participou de vários eventos literários organizados pelo SESC Ler Buíque, incluindo o Projeto Poetas Daqui, que tinha como objetivo divulgar escritores locais e promover intercâmbios culturais com outras cidades. Sua dedicação diária na divulgação da cidade que tanto ama demonstra a força e a determinação dessa mulher guerreira.
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